Física B - Aula 3
Grandezas Escalares e Vetoriais
Na Física tratamos de dois tipos principais de grandezas: as grandezas escalares e grandezas vetoriais.
Grandezas Escalares
A grandeza escalar é aquela que fica perfeitamente caracterizada quando conhecemos apenas sua intensidade acompanhada pela correspondente unidade de medida. Como exemplos de grandeza física escalar podemos citar a massa de um corpo (por exemplo, ), a temperatura (por exemplo
), o volume (
, por exemplo), a densidade (para a água,
), a pressão (
), a energia (por exemplo
) e muitas outras.
Para operar com grandezas escalares, segue-se as regras de operações algébricas comuns, arredondando-se quando necessário.
Grandezas Vetoriais
Dada a velocidade instantânea de um móvel qualquer (por exemplo, um carro a ), constatamos que apenas essa indicação é insuficiente para dizermos a direção em que o móvel segue. Isso acontece porque a velocidade é uma grandeza vetorial.
Para uma grandeza física vetorial ficar totalmente caracterizada, é necessário saber não apenas a sua intensidade ou módulo mas também a sua direção e o seu sentido. Geralmente a grandeza vetorial é indicada por uma letra com uma setinha (por exemplo, ) e o módulo ou intensidade, por
ou simplesmente por
.
A grandeza física vetorial pode ser representada graficamente por um segmento de reta (indicando a direção da grandeza) dotado de uma seta (indicativa de seu sentido) e trazendo ainda seu valor seguido da unidade de medida (indicação de seu módulo ou intensidade). Tal representação é denominada vetor.
No exemplo anterior do carro, poderíamos dizer, por exemplo, que ele se movimenta num certo instante com velocidade , de módulo
, na direção norte-sul e sentido de sul para norte. Essa velocidade vetorial instantânea pode ser representada por um vetor, como mostra a figura 7.1.
Como afirmamos anteriormente, para representar grandezas vetoriais é preciso indicar, além do módulo, a direção e o sentido da grandeza. Podemos fazer essa indicação utilizando um vetor (veja a figura 7.2). O vetor pode ser representado por um segmento de reta orientado cujo tamanho - intensidade - é proporcional à intensidade da grandeza que representa.
Para melhor entendermos o significado e a representação de um vetor, observe a figura 7.3.
Na figura de cima os vetores representados possuem mesma direção e sentido; na figura de baixo os vetores apresentam a mesma direção e sentidos opostos. Portanto, podemos notar que vetores de mesma direção são paralelos, o que não garante que tenham o mesmo sentido.
Soma de Vetores Paralelos
Quando os vetores tem a mesma direção, podemos determinar o módulo do vetor soma estabelecendo convencionalmente um sentido como positivo e somando algebricamente os seus módulos. Observe:
Os vetores ,
e
possuem a mesma direção (horizontal). Adotamos como positivo o sentido horizontal para a direita. Assim, os vetores
e
são positivos e o vetor
é negativo. O módulo do vetor soma,
, é dado por

Se obtermos um valor positivo para

Vetores Perpendiculares
Imaginaremos agora, que um móvel parte de um ponto e sofre um deslocamento
no sentido leste, atingindo um ponto
e, em seguida, um deslocamento
no sentido norte, atingindo um ponto
(veja a figura 7.5)
Podemos notar facilmente que o deslocamento , de
para
, e o
, de
para
, equivalem a um único deslocamento,
, de
para
. Desta forma, o deslocamento
é a soma vetorial ou resultante dos deslocamentos
e
, ou seja,

Este resultado é válido para qualquer grandeza vetorial. Veja a figura 7.6.
Os vetores e
tem como vetor soma resultante o vetor
. É crucial notar que a colocação do vetor
na origem ou na extremidade do vetor
não altera o vetor soma
. Deve-se observar que os vetores
,
e
formam um triângulo retângulo, em que
é a hipotenusa
e
são catetos. Para obtermos o módulo do vetor resultante, basta aplicar o teorema de Pitágoras:

Soma de Vetores
A soma de vetores perpendiculares entre si ou de direções quaiaquer não apresenta muita diferença. Para um móvel, partir de e atingir
num deslocamento
e, em seguida, atingir
num deslocamento
equivale a partir de
e atingir
num deslocamento
(veja figura 7.7). Desta forma,

Na determinação do módulo do vetor resultante, não podemos aplicar o teorema de Pitágoras, tendo em vista que o ângulo entre
e
não é reto (
). Assim, aplicamos a regra do paralelogramo, como mostra a figura 7.8.
Os vetores e
formam um paralelogramo cuja diagonal é o vetor resultante
. De acordo com a regra do paralelogramo, se
e
formam entre si um ângulo
, o módulo do vetor resultante
será dado pela expressão:

Decomposição de Vetores
Ao somarmos dois vetores, podemos obter um único vetor, o vetor resultante, equivalente aos dois vetores somados. Ao decompormos dois vetores, realizamos um processo inverso. Dado um vetor , obtêm-se outros dois vetores
e
tal que
(veja a figura 7.9).
O vetor pode ser deslocado para a extremidade do vetor
de tal forma que o vetor
e seus vetores componentes
e
formem um triângulo retângulo (figura 7.10). Aplicando a trigonometria ao triângulo retângulo, podemos determinar o módulo dos componentes
(horizontal) e
(vertical) de
em função do ângulo
. Desta forma, no triângulo rachurado da figura 7.10, temos


onde





onde



Podemos relacionar o módulo do vetor e o módulo de seus componentes ortogonais, aplicando o teorema de Pitágoras no triângulo formado por e seus componentes
e
:

Pense um Pouco!
- Qual a condição para que a soma de dois vetores seja nula?
- O módulo da soma de dois vetores pode ser igual à soma de seus módulos? Quando?
- O módulo de um vetor pode ser negativo? Por quê?
Exercícios de Aplicação
1. Um móvel desloca-se no sentido oeste-leste, e em seguida,
no sentido norte-sul.
a) Represente esquematicamente esses deslocamentos.
b) Determine o módulo do deslocamento resultante.
2. Na figura, . Determine o módulo da resultante de
e
. (Dado:
= -0,50.)

3. Um projétil é atirado com velocidade de fazendo um ângulo de
com a horizontal. Determine os componentes vertical e horizontal da velocidade do projétil.
Exercícios Complementares
4. Na figura abaixo estão representadas duas forças: , de módulo
e
, de módulo
, formando entre si um ângulo
. Determine a força resultante
para o sistema de forças mostrado.

5. Um vetor velocidade é decomposto em dois outros, perpendiculares entre si. Sabendo que o módulo do vetor é e que um dos componentes tem módulo igual a
, determine o módulo do vetor correspondente ao outro componente.
6. Um projétil é lançado do solo segundo uma direção que forma com a horizontal com uma velocidade de
(veja a figura a seguir). Determine o módulo dos componentes horizontal,
, e vertical,
, dessa velocidade. (Dados:
)

7. Um avião voa no sentido sul-norte com uma velocidade de . Num determinado instante passa a soprar um forte vento com velocidade
, no sentido sudoeste-nordeste.
a) Faça um esquema gráfico representando a velocidade do avião e do vento.
b) Determine o módulo da velocidade resultante. (Dados: ).
Fonte: http://www.mundofisico.joinville.udesc.br/PreVestibular/2005-1/mod1/node9.html