A Equação de Torricelli e a Distância de Frenagem
O Brasil é um dos países recordistas em acidentes automobilísticos e há várias razões para isso, tais como a falta de manutenção do veículo, condições precárias das rodovias e a principal, talvez seja a imprudência dos motoristas, fazendo ultrapassagens indevidas ou dirigindo em alta velocidade.
Estudos mostram que a parada de um veículo depende de três fatores:
i) Tempo de percepção da necessidade de frear;
ii) Tempo de reação;
iii) Distância de frenagem que por sua vez depende das condições do piso.
Em condições normais, o tempo de percepção é de segundo e o tempo de reação é de segundos. Sendo assim, a distância de parada é igual a distância de reação adicionada a distância de frenagem.
Neste post, analisaremos como podemos calcular a distância de frenagem de um veículo sabendo as condições do piso e sua velocidade ou inversamente, determinar a velocidade do veículo medindo o comprimento da frenagem deixada no piso. Esta última abordagem é muito utilizada por peritos da polícia para analisar acidentes automobilísticos.
Neste post, analisaremos como podemos calcular a distância de frenagem de um veículo sabendo as condições do piso e sua velocidade ou inversamente, determinar a velocidade do veículo medindo o comprimento da frenagem deixada no piso. Esta última abordagem é muito utilizada por peritos da polícia para analisar acidentes automobilísticos.
Considere um veículo trafegando em uma pista horizontal cujo coeficiente de atrito seja igual a . Na figura abaixo, temos um esquema da forças agindo sobre este automóvel.
Neste caso, a força normal é oposta a força peso do veículo. No caso de uma frenagem, a força de atrito é a única força que responsável pela parada do veículo. Da Física, sabemos que
onde é a aceleração da gravidade e é a massa do veículo. Pela segunda lei de Newton, segue que
Sendo , temos
onde é a velocidade inicial em que o veículo começou a frenagem e é o tamanho de marcas ininterruptas deixadas pelos pneus travados pelos freios.
Adotando e em metros, a velocidade em será dada em . Na prática é usual avaliar a velocidade do veículo em , por isso iremos multiplicar esta expressão pelo fator de conversão , ou seja, para obter
Observação 1: Preferi obter a fórmula usando integração, mas este processo é equivalente ao uso da fórmula de Torricelli .
Antes de aplicar a expressão , vejamos a tabela de alguns coeficientes de atrito () em diferentes tipos de pisos nas condições de seca ou molhada.
Exemplo 1: Em um teste para uma revista automotiva, um motorista conduz um veículo sobre uma superfície seca de concreto novo. Em certo momento, o motorista aciona os freios, bloqueando as rodas até a parada total do veículo, deixando uma marca de de comprimento. Qual é a velocidade aproximada com que o veículo trafegava no momento em que os freios foram acionados?
Resolução: Como o veículo está numa pista de concreto novo, pela tabela acima vemos que . Sendo , então pela fórmula , segue que
Exemplo 2: Sob intensa chuva, um motorista conduz, a , um veículo por uma rodovia de asfalto já bastante trafegado. Num trecho da reta, após perceber a presença de uma árvore caída sobre a rodovia, impedindo a passagem de qualquer veículo, ele reage e aciona os freios, travando as rodas até a parada completa do veículo. Exatamente no momento em que as rodas são travadas, o veículo está a da árvore. Se o carro continuar sua trajetória em linha reta, com as rodas bloqueadas, o motorista irá colidir com a árvore?
Resolução: Trata-se de uma pista asfáltica trafegada, de modo que . Sendo , então da expressão , temos
Como o veículo estava a da árvore no momento da freada, concluímos que o carro irá colidir com ela.
Observação 2: Podemos determinar o coeficiente de atrito de uma pista se soubermos a velocidade inicial antes da frenagem e também o comprimento da marca de frenagem.
Fonte :http://fatosmatematicos.blogspot.com/
Referência Bibliográfica:
- Prova da Fase Final. XXIV Olímpiada Paulista de Matemática. 2000.